Igreja Matriz de São Martinho

De construção antiga, a Igreja Matriz de Pombal foi objecto de nova reedificação em 1520 e profundamente remodelada em 1816 pelo Capitão-mor de Pombal, Jorge Coelho de Vasconcelos Botelho, após a sua devastação cinco anos antes, provocada pelo vandalismo das tropas francesas. O seu exterior apresenta uma arquitectura simples, contrastando com a beleza do seu interior. Foi nesta Igreja que em 1323 D. Dinis e seu filho D. Afonso celebraram o juramento público de paz por intermédio da Rainha Santa Isabel, como se pode constatar num grande painel de azulejos modernos fixados sobre o arco triunfal. Realce também para a Capela lateral de N.ª Sra. da Piedade, espaço construído em 1551 e coberto por abóbada nervurada, tendo no fecho desta um brasão da família Freire Botelho. O destaque artístico concentra-se no seu belo retábulo de pedra policromada, obra renascentista dos meados do século XVI, atribuída ao atelier do escultor francês João de Ruão. Este belo retábulo classicista apresenta episódios escultóricos versando a vida de S. Martinho, de Cristo e de S. João Baptista. Na sua composição plástica são ainda visíveis os bustos de um elegante apostolado.

História de Pombal

História de Pombal

Sendo difícil precisar com rigor o local onde Pombal terá surgido, alguns estudos apontam para que a sua primeira povoação tenha sido na ladeira dos Governos, ainda antes da edificação do Castelo, porém ainda uma outra povoação ter-se-á fixado no monte de S. Cristóvão, a Este, em frente ao monte do Castelo. Contudo, também não terá sido esse povoamento que deu origem ao topónimo de Pombal. Recuando ainda mais no tempo, antecipando a fundação da nação portuguesa, não restam dúvidas quanto à presença dos romanos na região de Pombal, tendo em conta as moedas romanas encontradas nas obras de restauro do castelo, na década de 40. Esse achado permitiu colocar a possibilidade de o morro ter albergado um castro, mas parece que nada mais foi encontrado que ateste a veracidade de tal ilação, se não possíveis alicerces castrejos.

Foi no século XII, com Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários, que surge o Castelo sobre o monte situado ao nascente, quando os templários passaram pela primeira vez por estes sítios, existia um lugar chamado Chões, constituído por moçárabes que, atraídos por privilégios e por uma maior defesa, se foram aproximando do castelo até para lá se instalarem.

A construção do Castelo foi determinante no surgimento da nova povoação que, possivelmente, se prolongaria descendo até ao lugar de Casarelo. É discutível a data em que o castelo foi construído, há quem afirme que terá sido em 1161 e há quem defenda que foi em 1170, certo é que em 1174 já estava de pé, em face do primeiro foral concedido por Gualdim Pais, «aos da terra e castelo de Pombal». Ainda no decurso desse mesmo século irá ocorrer uma alteração no rumo da expansão do burgo para a ala poente do morro. Para explicar a mutação no povoamento, apontam-se razões, tais como: a ocorrência de um surto epidémico, uma mera questão climática, visto a área poente ser mais soalheira do que a nascente, ou uma nova incursão inimiga.

No século XIII, Pombal contava já com três paróquias, reflectindo fortemente o seu crescimento populacional: Santa Maria do Castelo, S. Pedro e S. Martinho. As duas primeiras infelizmente caíram em ruína, restando somente vestígios da primeira. Porém a igreja de Santa Maria do Castelo encontrava-se dentro das muralhas do castelo, detendo nela a pia baptismal, o que a tornava a mais importante das três. Por sua vez, a igreja de S. Martinho, situava-se numa zona fora dos muros da vila, atestando o desenvolvimento da vila pela encosta em direcção ao rio Arunca. A fronteira, entre o novo e o velho burgo, viria a ser demarcada pela Torre do Relógio, construída no reinado de D. Pedro I, no século XIV, com o fim de servir de local onde eram recolhidos os tributos devidos pelos judeus e outros não cristãos, mas detendo igualmente importantes funções de atalaia sobre a zona nova da vila e rio Arunca. Em meados do século XIII um forte movimento de pessoas e, consequentemente, de mercadorias avolumou-se entre as cidades de Santarém, Leiria e Coimbra, o que trouxe à baixa de Pombal um grande número de judeus e mouros feirantes, fixando-se nos arrabalde, próximo às margens do Arunca. Com a conversão dos judeus e mouros ao cristianismo, no reinado de D. Manuel, Pombal sentiu a necessidade de ampliação da paróquia dedicada a S. Martinho, cuja localização ficava extramuros, originando um incremento populacional e urbano na zona circundante. Ainda com D. Manuel, Pombal no ano de 1509, viu o seu castelo recuperado, ficando o seu interior a servir de residência ao alcaide-mor da vila e a abertura de uma porta no lado poente do Castelo, voltada para a vila, já perfeitamente localizada a oeste. Foi este mesmo Rei que 3 anos depois, revogou antigos privilégios concedendo-lhe foral novo, datado de 1 de Junho de 1512.

No século XVII, as convulsões políticas do reinado de D. Afonso VI, ocasionaram uma nova expansão da vila de Pombal, quando o Conde de Castelo Melhor, D. Luís de Vasconcelos e Sousa, mandou construir o Convento dos frades Lóios, no ano de 1687, em cumprimento de uma promessa. Aqui funcionou a primeira escola de letras e artes de Pombal, pelo que o espaço do Cardal se transformou em centro de atracção. Contudo o centro da vila continuava a ser a zona envolvente da Igreja de S. Martinho. No entanto, a ordenação da parte baixa da vila deve-se ao Marquês de Pombal, que ali viveu entre 1777 e 1782. Mandou construir na Praça Velha, a cadeia e o celeiro, transferindo o pelourinho para uma Praça Nova, situada próxima do rio Arunca.

 

Em finais do século XVIII o Largo do Cardal começa a suscitar interesse por parte de burgueses abastados, construindo ali as suas residências e pelo desvio da estrada real para dentro de Pombal, para a qual foi necessário construir uma ponte sobre o rio Arunca, numa obra dirigida pelo coronel – engenheiro Joaquim de Oliveira, dando à vila e a toda a região um novo incremento rumo a um novo progresso e expansão. Viam-se reunidas as condições necessárias ao progresso desta terra, porém travado pelas invasões francesas a 11 de Março de 1811. As tropas comandadas pelo general Massena saquearam e incendiaram toda a população, circunstância que feriu a anterior pujança, complementada pela mortandade ocorrida em 1833, quando a cólera-morbus transformou Pombal numa localidade abandonada. Com a estrada real totalmente desmantelada e intransitável, Pombal caminhou para um total isolamento face ao resto do país. Esta situação só será ultrapassada em 1855, após a construção da via férrea, permitindo estabelecer comunicação rápida e fácil com os principais centros de Portugal. A partir de 1867, com a reparação e beneficiação da rede de estradas, a vila aumentou consideravelmente, não só no comércio e na agricultura como no número de prédios. Em 1878 foram-lhe criadas infraestruturas de acentuado mérito, entre as quais o novo hospital de Pombal. Durante todo o século XIX o burgo cresceu ao longo das margens do rio, sendo no entanto de maior relevo o seu desenvolvimento na margem direita, que o assentamento da linha de caminho de ferro e a construção da estação, acentuou. Pombal não mais parou de crescer, apesar do revés populacional sofrido entre as décadas de 40 e 60, do século passado, com a emigração para o estrangeiro de muitos dos seus habitantes. Nos anos 50 vê ser rasgada a nova Avenida, dando à vila uma nova fisionomia e envergadura, crescendo em direcção aos montes de Sicó.

Entre os anos de 1911 e 1940, Pombal conheceu uma forte expansão nos sectores secundários e terciários, em detrimento do sector primário, ainda que a sua valiosa zona industrial se complete com o importante pólo agro-pecuário que é. Mas a maior riqueza desta região estava no pinheiro, fazendo de Pombal o mais importante centro de indústrias resinosas do País e do Mundo. Nas últimas décadas, pela sua excelente localização e beneficiando do facto de ser atravessado por alguns dos principais eixos de acessibilidade do país, quer em termos rodoviários, quer em termos ferroviários, assistiu à fixação de algumas polarizações industriais, como a Zona Industrial da Formiga e sobretudo na transição da década de 80 para a década de 90 do século passado, em que o processo de industrialização se intensificou de forma significativa, originando a criação do Parque Industrial Manuel da Mota e de algumas zonas industriais nas freguesias.

Descrição das Armas

Escudo de prata, duas pombas voantes, adoçadas de azul, animadas, bicadas e membradas de vermelho, entre duas espadas de vermelho, guarnecidas de ouro, a da dextra abatida e a da sinistra em riste; em chefe, cruz da Ordem de Cristo e em ponta, cinco burelas ondadas de azul e prata.
Coroa mural de prata de três torres.
Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas : “ FREGUESIA DE POMBAL”

A simbologia do brasão

As três torres simbolizam a freguesia, a cruz da ordem de Cristo é símbolo de que a Cidade de Pombal foi uma importante Comenda. As duas pombas, são o elemento falante, já existentes nas armas do Concelho e que pretendem simbolizar as que sobrevoavam o morro do castelo e alusivas à origem da toponímia de Pombal.
As duas espadas, a da dextra, abatida, símbolo do patrono, S. Martinho, militar, que nunca usou a sua para combater. A da sinistra, alçada, lembra os grandes combates entre cristãos e mouros, que tiveram lugar na região.
O ondeado representa o rio Litém ou Arunca que acompanha um dos limites da Freguesia.

Torre do Relógio Velho

Mandada construir por D. Pedro I com o intuito de aqui serem recolhidos em dia de S. Martinho, os tributos/impostos devidos pelos judeus e mouros. Situa-se a meia encosta do castelo, com características manuelinas, separava o velho burgo de Pombal, a nascente, em direcção ao Castelo, do novo burgo, a poente, em direcção ao rio Arunca. Em 1509, durante o reinado de D. Manuel, sofreu obras de beneficiação tendo este mandado colocar-lhe um relógio mecânico e uma sineta, para que o toque das Trindades soasse sempre a horas certas. Este sino marcava o toque matutino e o pôr-do-sol, indicando a hora de recolhimento dos judeus, impedidos de frequentar a alta cristã da vila durante a noite e assinalando o período em que eles podiam sair da judiaria ou ali receber a visita de cristãos.

Igreja Nossa Senhora do Cardal

Fundada em cumprimento de um voto pelo Conde de Castelo Melhor, Luís de Vasconcelos e Sousa, no princípio do século XVIII, este edifício de estilo Barroco foi riscado pelo Arquitecto Régio João Antunes. De sólida construção, apresenta uma fachada bem proporcionada e de majestosa imponência. No seu interior concentramos de imediato a nossa atenção no retábulo de pétreas colunas salomónicas, na capela-mor. De realçar ainda o belíssimo retábulo em pedra de Ançã, do renascimento português, atribuído a João de Ruão, originário da destruída Igreja de Santa Maria do Castelo. Aqui permaneceram os restos mortais do Marquês de Pombal após a sua morte a 8 de Maio de 1782 a 1856, data em que o terceiro neto o trasladou para a Ermida da Mercês, em Lisboa. Sofreu obras de beneficiação durante o primeiro semestre de 2010.

Museu Marquês de Pombal

Instalado na antiga Casa da Câmara de Pombal, edifício mandado construir pelo Marquês de Pombal em 1776, o Museu teve a sua origem num trabalho de pesquisa, recolha e selecção de um pombalense, o antiquário Manuel Gameiro que doou a colecção à Autarquia, sob a condição de se criar um Museu Municipal. Atendendo ao desejo expresso pelo doador, o Museu abriu ao público, no edifício dos Paços do Concelho, no dia 8 de Maio de 1982, no âmbito das comemorações do Bicentenário da morte do estadista Sebastião José de Carvalho e Melo. Em Julho de 2004, foi transferido para a Cadeia Velha, na Praça Marquês de Pombal, após obras de remodelação e adaptação do edifício.

Museu de Arte Popular Portuguesa

Instalado num edifício pombalino, classificado como Imóvel de Interesse Público, outrora Celeiro, mandado construir em 1776 pelo Marquês de Pombal, para armazenar os cereais que vinham da sua quinta, a Quinta da Gramela. O Museu tem origem numa importante colecção de artesanato, doada à Autarquia e resultante de uma permanente procura e selecção criteriosa de Nelson Lobo Rocha, ao longo de mais de 30 anos de convívio com os próprios artesãos. Trata-se de uma colecção de arte genuinamente popular que supera pela sua diversidade, qualidade e representatividade da memória de um povo. Conta com um espólio com mais de 2000 peças, provenientes das mais diversas regiões do País.

Artigo 19

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